domingo, 16 de setembro de 2007

PROJETOS DE APRENDIZAGEM

Trabalhar com Projetos de Aprendizagens é realmente algo fascinante, pois além de aguçar a curiosidade, tanto do aluno como do professor, nos leva a querer saber sempre mais, e isso é muito gostoso e gratificante.
Nesta semana, comecei a trabalhar com P. A com minha turma de 4ª série, e está sendo muito interessante. Inicialmente, conversamos sobre P. A, após expliquei como iríamos trabalhar com essa nova proposta, escolhemos os temas e a turma se organizou em grupos onde elaboraram as certezas provisórias e as dúvidas temporárias. E combinamos que na próxima semana iríamos dar continuidade ao trabalho, e para minha surpresa na sexta-feira um grupo veio todo empolgado mostrando o que já estavam pesquisando sobre a Água e disseram que acharam um site muito legal com slides sobre o assunto e querem mostrar para os colegas. E isso foi muito bom, pois além de mostrarem interesse e empolgação este grupo acabou motivando os colegas mais ainda. E depois do recreio o assunto era só P.A.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

HIPERTEXTO
O hipertexto, pela sua natureza não-seqüencial e não-linear, afeta não só a maneira como lemos, possibilitando múltiplas entradas e formas de prosseguir, mas também afeta o modo como escrevemos, proporcionando a distribuição da inteligência e cognição. De um lado, diminui a fronteira entre leitor e escritor, tornando-os parte do mesmo processo; do outro, faz com que a escrita seja uma tarefa menos individual para se tornar uma atividade mais coletiva e colaborativa. O poder e a autoridade ficam distribuídos pelas imensas redes digitais, facilitando a construção social do conhecimento.
Desde o seu surgimento no mercado computacional o hipertexto tem sido utilizado nas mais diferentes áreas de aplicação. No ambiente educativo, um hipertexto pode ser considerado como um recurso que possibilita uma melhoria no processo de ensino, pois focaliza a atenção no relacionamento de idéias, ajudando na fixação e formação de conceitos.
Atualmente, com hipertextos, reinventa-se a maneira de escrever, interligando informações em teia, de forma não linear, em um processo mais próximo à forma como as pessoas pensam, em que “uma idéia puxa outra”. O hipertexto permite visualizar, na tela do computador, o que há muito a mente humana faz. Ao interagir com um hipertexto “voa-se”, “navega-se” entre informações.
Um hipertexto, portanto, “é uma matriz de textos potenciais, sendo que alguns deles vão se realizar sob o efeito da interação com o usuário” (LÉVY, 1996, p.40). Ao contrário do texto manuscrito ou impresso, que vem pronto, o hipertexto em meio digital é construído na interação com o leitor, através das suas seleções e, portanto, “toda leitura em computador é uma edição, uma montagem singular” (LÉVY, 1996, p.41).
Sistemas de hipertexto enquanto ferramentas de ensino e aprendizagem parecem facilitar um ambiente no qual a aprendizagem acontece de forma incidental e por descobertas, pois ao tentar localizar uma informação, os usuários de hipertexto, participam ativamente de um processo de busca e construção do conhecimento, forma de aprendizagem considerada como mais duradoura e significativa do que aquela direta e explicita.
Uma sala de aula onde se trabalha com hipertextos se transforma num espaço apropriado ao ensino e aprendizagem colaborativos, mas também adequado ao atendimento de diferenças individuais, quanto ao grau de dificuldades, ritmos de trabalhos e interesse.
Os sistemas hipertextos permitem grande flexibilidade em sua utilização uma vez que o aluno percorre o caminho que mais lhe condiz. Essa grande liberdade de exploração pode causar dificuldades no sentido de que o aluno perde a noção de onde ele está e de qual o caminho a seguir. Essa desorientação pode ser causada pelo excesso de informação e como essa informação está distribuída entre os nós, ocasionando um rompimento na compreensão da leitura. Por esse motivo, o uso de uma metodologia adequada para o desenvolvimento de sistemas de hipertextos é fundamental.
Embora alguns autores julguem desnecessário, acreditamos ser razoável indagar-se sobre a presença do hipertexto no domínio das atividades escolares, particularmente no que se refere às práticas da escrita. Imaginamos, inclusive, que podemos tomar o hipertexto como um bom momento para rever a questão mais ampla do papel da escola no letramento e a função do computador no ensino. Pois, o computador mudou nossa maneira de ler, construir e interpretar textos e mostrou que não há formas naturais de produção textual e leitura. Trata-se de um caso importante para se analisar como tecnologia e cultura interagem de forma sistemática e significativa para interferir nas práticas de escrita.
Enfim, o hipertexto não é capaz de mudar por si só a aprendizagem descontextualizada e fragmentada da escola. Mas pode contribuir para o estabelecimento de múltiplas relações entre as informações. Pode ainda estimular o pensamento crítico e autônomo do educando. Mas para que isso aconteça, é preciso que o hipertexto seja alvo de um trabalho colaborativo criado e discutido por professores e alunos.